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Todd Haynes está na lista dos diretores que nunca cometeram um erro. Sua filmografia é absolutamente impecável e, ainda que curta, impressiona pela variedade. Sua primeira obra, “Poison”, o alçou ao posto de pioneiro do “New Queer Cinema”, movimento cinematográfico que surgiu na década de noventa. 

A homossexualidade é um tema recorrente em sua carreira, está em quatro de seus dez filmes. 

No entanto, sua abordagem, como mencionei, nunca é igual e o que poderia ser uma muleta, se transforma num objeto de estudo inesgotável. 

Haynes é igualmente fascinado por música. “Velvet Goldmine” é uma hipnotizante homenagem ao “Glam Rock”, “The Velvet Underground” é um documentário inventivo e informativo e “I’m Not There”, na minha opinião, a sua grande obra prima, representa o ápice das cinebiografias, no caso, sobre Bob Dylan. Diferentemente da maioria dos diretores, que simplesmente não compreendem “seus personagens”, Haynes realizou um filme de rara ambição, empatia e sucesso. 

Seu amor pelos melodramas hollywoodianos da década de cinquenta, principalmente os de Douglas Sirk, ficou evidente no excepcional “Far From Heaven”. Haynes critica de forma efusiva a burguesia americana e “Safe”, apesar de explorar temas mais profundos, é uma prova disso. 

É difícil escolher a melhor interpretação em um filme seu. Haynes extrai o melhor de seus intérpretes. Rooney Mara nunca esteve tão bem como em “Carol”, Cate Blanchett ofereceu uma das melhores performances da década de 2000 em “I’m Not There” e Julianne Moore não seria tão aclamada se não fosse por Haynes, já que seus melhores papéis foram justamente em “Far From Heaven” e “Safe”. Ela é a sua atriz favorita, tendo trabalhado juntos cinco vezes, incluindo seu último trabalho, que estreiou recentemente no Festival de Cannes e recebeu excelentes críticas.

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