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Roman Polanski é um gênio incontestável. Poucos diretores conseguiram manter uma consistência e uma relevância tão significativa ao longo de seis décadas consecutivas.

Nos anos sessenta, Polanski dirigiu “A Faca Na Água”, sua primeira obra prima, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro; “Repulsa ao Sexo”, o ponto de partida para a excepcional “Trilogia do Apartamento”; “Cul de Sac”, responsável por seu primeiro prêmio internacional importante – o Urso de Ouro -; The Fearless Vampires Killers, uma excelente comédia que divide opiniões; “Rosemary’s Baby”, o filme que o colocou, definitivamente, no patamar de mestre.

Polanski iniciou a década de setenta com uma obra prima que poderia ter lhe custado caro, caso não fosse dotado de um talento assombroso. Akira Kurosawa e Orson Welles já haviam adaptado “Macbeth” às grandes telas, ainda assim, Polanski decidiu fazer o mesmo, adotando uma abordagem única, visceral, brutal e realista.

Em 1974, ele dirigiu, nada mais nada menos que “Chinatown”, o seu principal trabalho, um dos filmes mais brilhantes da história da sétima arte.

Dois anos depois, fechou a “Trilogia do Apartamento” com o controverso “The Tenant”.

Por último, em homenagem à sua falecida esposa, Sharon Tate, realizou “Tess”, um verdadeiro épico, sua obra mais bela e sensível.

A partir da década de oitenta, graças ao escândalo de abuso sexual em que se envolveu, diminuiu consideravelmente sua produção, sendo inclusive obrigado a fugir dos Estados Unidos.

Todavia, após o fracasso de “Pirates”, em 1988 Polanski se redimiu com “Frantic”, filme estrelado por Harrison Ford que recebeu críticas mistas na época e que, até hoje parece não ter sido inteiramente compreendido.

Na década de noventa, ele dirigiu duas obras interessantíssimas: “Lua De Fel” e “Death and The Maiden”. O segundo é especialmente maravilhoso e, diferentemente do primeiro, é recorrentemente ignorado.

Em 2003, Polanski finalmente venceu o Oscar de Melhor Diretor, por “O Pianista”, que também lhe rendeu sua única Palma de Ouro.

Seus últimos três grandes filmes, já realizados na década de 2010, foram: “The Ghost Writer”, “Carnage” e “Venus In Fur”.

Polanski é o cineasta que melhor se adapta a espaços distintos, tendo realizado obras primas de proporções épicas – “Tess” – e que se passam basicamente em um único ambiente – “Death and The Maiden”, por exemplo.

Ao lado de Alfred Hitchcock e Brian De Palma, acredito que ele seja o diretor mais capacitado para criar uma atmosfera tensa e angustiante.

Perto de completar noventa anos, quando separamos a obra do homem, reconhecemos sua grandiosa carreira.

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