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Somos levados aos anos sessenta, a uma escola católica, onde a divergência de ideias é nítida. Padre Flynn é uma figura acolhedora, gentil e humana, que não coloca barreiras por causa de seu alto cargo. Para ele, todos são iguais e merecem o mesmo tratamento. Do outro lado, temos Aloysius, uma freira com visões arcaicas, que impressiona pela rigidez e pela frieza. Flynn pensa em novidades, adaptar o Natal à atualidade, enquanto Aloysius não quer mudar uma vírgula da antiga tradição.

A mesa de jantar dos homens é tomada por uma luz afetuosa e uma energia contagiante, com direito a risadas altas. Em contrapartida, as refeições entre as freiras são marcadas por um silêncio que denota medo e “respeito”.

“Doubt” não é exatamente sobre esses contrastes, apesar de serem fundamentais para a caracterização dos personagens. James, colega de Aloysius e professora de história, representa o espectador, afinal, ela se situa exatamente no centro do caos, mudando de opinião constantemente.

Donald é o único aluno negro da escola e tem dificuldades em se relacionar com os demais, logo, Flynn, carinhoso como é, lhe concede uma atenção quase paternal. Após retornar da sala do Padre, James nota algo estranho no garoto, além de sentir álcool em seu hálito. Preocupada e cumprindo com o seu papel de educadora, ela se dirige a Aloysius, que se interessa imensamente pelo caso, colocando Flynn, instantaneamente, numa zona desconfortável, o acusando de forma despreocupada. Ela proíbe o uso de canetas esferográficas, detesta açúcar e unhas compridas. Tudo isso vai de encontro aos pensamentos modernos de Flynn e a freira, desde o primeiro minuto, não demonstra dúvida sobre sua culpa, não por ter evidências, mas por ser intolerante.

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