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“Agora há também o cinema. E o cinema é Nicholas Ray”.

“Nicholas Ray é o poeta do crepúsculo”.

Os fragmentos acima são de Jean-Luc Godard e François Truffaut, respectivamente.

Antes de se tornarem cineastas, os precursores da Nouvelle Vague eram críticos da revista “Cahiers du Cinéma”. Apaixonados pela antiga Hollywood, eles escreveram textos que ajudaram na apreciação universal de obras que hoje são consideradas clássicos incontestáveis.

Nicholas Ray, ao lado de Alfred Hitchcock, era o diretor mais adorado pela turma. Não só pelos jovens franceses, mas por uma legião de cineastas e críticos.

Wim Wenders chegou a fazer “Nicks Film, um documentário com ele em seus últimos meses de vida.

Ray é uma unanimidade, um gênio que as grandes massas, infelizmente, desconhecem.

Seus filmes tinham como foco protagonistas caóticos, marginalizados, solitários e brutais. Sua capacidade de compreender esses sujeitos e torná-los sensíveis e empáticos aos olhos do espectador é única.

Farley Granger, Humphrey Bogart, Robert Ryan, Robert Mitchum, Sterling Hayden e James Dean deram vida a personagens, ainda que distintos, semelhantes de alguma forma e ofereceram performances icônicas.

Ray não se limitou a “estudar” figuras masculinas. “Johnny Guitar”, por exemplo, um dos Westerns mais originais já feitos, conta com uma protagonista feminina fortíssima – interpretada por Joan Crawford. Ida Lupino, cuja composição em “On Dangerous Ground” é de uma extrema delicadeza, também merece ser enaltecida.

Poético e honesto, Nicholas Ray talvez tenha sido o diretor que mais me impressionou desde a criação do Set Por Sete.

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