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Jonathan Demme é um desses diretores que ficará eternamente marcado por um filme. Talvez, em uma conversa, alguém não relacione o nome a pessoa, no entanto, assim que “O Silêncio Dos Inocentes” for mencionado, se saberá exatamente de quem se está falando. 

“Philadelphia” também teve o seu devido reconhecimento, foi o primeiro Oscar de Tom Hanks, mas não se compara ao clássico de 1991, um dos únicos três filmes a receber as cinco principais estatuetas – filme, ator, atriz, diretor e roteiro. 

Não que eu não goste de “O Silêncio Dos Inocentes”, porém, acredito que esteja longe de representar o ápice de Demme, dono de uma filmografia a ser apreciada. 

Seu primeiro trabalho que chamou a atenção dos críticos foi “Melvin and Howard”, mas foi em “Stop Making Sense” – considerado o melhor filme concerto de todos os tempos – que Demme realizou sua obra prima. 

Entre 1986 e 1988, ele dirigiu, na minha opinião, os seus filmes mais divertidos e inteligentes. 

“Something Wild” e “Married To The Mob”, apesar de terem tramas completamente diferentes, possuem uma qualidade rara em comum: a variação de gêneros dentro de uma trama. Demme é um dos poucos diretores que consegue mexer bruscamente no tom de seus filmes, sem que eles percam o rumo, os tornando mais interessantes e complexos. 

Ele é um mestre da comédia, do romance, do drama, da ação e do suspense, chegando até a flertar com o horror. 

Demme realizou filmes até o fim de sua vida, encerrando sua carreira com muita dignidade, com o excelente “The Manchurian Candidate” – um remake do clássico filme dos anos 60 – e com o ótimo “Rachel Getting Married”. 

Pesquisem quantos prêmios ele conquistou e prestem atenção na obra que o consagrou. Jonathan Demme não depende de “O Silêncio Dos Inocentes” para ser considerado um gênio. Esse filme poderia nem existir e a minha admiração por ele se manteria intacta.

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