Não existem filmes mais gostosos de se assistir do que os de Fred Astaire, um dos maiores artistas da história.
Grande cantor, ator, o melhor dançarino de todos os tempos e carismático como poucos, Astaire fez um punhado de obras primas calcadas em tramas simples, mas repletas de paixão, sarcasmo e sequências marcantes. “Top Hat”, “The Gay Divorcee” e “Swing Time”, por exemplo, não impressionam pela complexidade, mas pela facilidade que o ator tinha para o humor e para encantar o espectador com suas coreografias mirabolantes. Sua grande parceira, Ginger Rogers, fez dez filmes ao seu lado. Não posso dizer que assisti todos, no entanto, afirmo com convicção que os que vi compartilham as mesmas qualidades, sendo as maiores a química entre os atores – um dos casais mais icônicos da história do cinema – e a capacidade que ambos tinham de atuar com seus corpos, expondo, através de movimentos o que os personagens sentiam.
Ainda que fisicamente esteja longe de Marlon Brando ou Gary Cooper, Astaire atingiu o status de galã hollywoodiano graças ao seu charme e carisma.
Entre os principais momentos do ator no cinema, diria que “Cheek To Cheek”, em “Top Hat” é o maior e mais famoso, contudo, “The Continental”, em “The Gay Divorcee”, é, na minha opinião, o mais ambicioso e contagiante de toda a sua carreira.
Todos os filmes citados são da década de trinta e é interessante notar que Astaire seguiu realizando musicais magníficos nas décadas de 40 e 50, como “Holiday Inn”, “You Were Never Lovelier”, “The Band Wagon” e “Funny Face” – esse inclusive tem crítica no site.
É no mínimo curioso que sua única indicação ao Oscar tenha sido por “The Towering Inferno”, um drama com um elenco estelar.
A verdade é que um dos maiores prazeres que um fã de cinema e arte pode ter é assistir a um musical de Fred Astaire. Até mesmo os mais “inofensivos” são um verdadeiro deleite.
Para aqueles que consideram “La La Land” uma obra prima, deem uma chance a pelo menos um dos filmes citados.
