Em termos temáticos, Darren Aronofsky é provavelmente o diretor mais ambicioso da atualidade. Seus filmes são verdadeiras montanhas-russas emocionais, que trazem ao espectador uma série de questionamentos complexos sobre a própria existência.
Praticamente todos os seus projetos envolvem seres humanos em queda livre ou que passam por momentos duros em suas vidas.
Seria injusto elogia-lo apenas por essa ótica, afinal, Aronofsky é um cineasta inquieto, capaz de realizar espetáculos visuais – “The Fountain” e “Noé” – e obras absolutamente angustiantes – “Pi” e “Réquiem Para Um Sonho”.
Os inúmeros planos que mostram as costas de Randy, em “The Wrestler”, os plongées, acompanhados de círculos, em “The Fountain” e a forma como ele gruda a câmera nos atores para criar uma atmosfera agonizante, em “Réquiem Para Um Sonho”, são provas concretas de que Darren Aronofsky é um diretor detalhista, autoral e que adora trabalhar com símbolos.
Seus principais parceiros, Matthew Libatique – diretor de fotografia – e Clint Mansell – compositor – são peças chave para o funcionamento e a caracterização de seus filmes. As trilhas sonoras de “Réquiem Para Um Sonho” e “The Fountain” não poderiam ser mais distintas, uma sendo atordoante e a outra, delicada. O mesmo pode ser dito sobre o trabalho de fotografia nessas obras e é exatamente essa versatilidade que coloca Aronofsky em um patamar elevado.
Em “Réquiem Para Um Sonho”, ele basicamente criou um novo tipo de montagem, a batizando de “Hip Hop”. Quem viu o filme sabe o quão efetiva ela é.
Seu estilo de direção não é exatamente a xícara de chá da Academia, tendo sido indicado apenas uma vez, por “Cisne Negro”, em 2011.
O que, de certa forma, é compreensível, pois, como disse, Aronofsky foge de várias convenções e pratica um cinema único. É por esse motivo que seu nome já foi condecorado em diversos festivais mundo a fora, alguns menores, outros maiores, como o Festival de Veneza.
Mal posso esperar para assistir seu novo filme, “The Whale”.
