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Francis Ford Coppola é um caso curioso entre os grandes diretores norte-americanos. Ele ficou marcado pela trilogia “O Poderoso Chefão” e é celebrado basicamente só por esse trabalho. Como já mencionei em outros textos, como, por exemplo, no de Jonathan Demme, não gosto dessas “marcas” que as pessoas criam, pois acabam desvalorizando uma filmografia inteira. No entanto, hei de dar o braço a torcer, afinal, não estamos falando de qualquer filme. 

Ainda assim, acredito que Coppola é um cineasta um tanto injustiçado. 

“Rumble Fish”, “One From The Heart”, “A Conversação” e “Apocalypse Now” são obras primas – as duas últimas inclusive lhe renderam Palmas de Ouro. 

“The Outsiders”, “Tucker” e “Dracula de Bram Stoker” também são excelentes. A sombra do “Poderoso Chefão” é tão grandiosa, que encobre esses trabalhos absolutamente fascinantes. 

Meu intuito nessa semana não é fazer com que as pessoas esqueçam ou desvalorizem a trilogia, apenas que deem valor também para os seus outros filmes. 

Coppola se envolveu em alguns tumultos em sua carreira, sendo o mais célebre o que ocorreu durante as gravações de “Apocalypse Now”, nas Filipinas. Tempestades e doenças atrasaram a filmagem, que custou mais do que o esperado e levou a equipe literalmente a loucura. Martin Sheen, que interpreta o protagonista quase morreu devido a problemas cardíacos. 

“One From The Heart”, a aventura musical de Coppola – provavelmente o meu filme favorito dele -, o levou a falência, tendo custado 26 milhões e arrecadado míseros 636 mil dólares. 

A década de 2000 não foi muito generosa para Coppola. Com apenas três projetos, o diretor fracassou terrivelmente, sumiu da indústria e abriu uma vinícola, que se tornou um sucesso retumbante, recuperando não só sua autoestima, também o dinheiro gasto em filmes mal-sucedidos. 

Coppola não tem uma filmografia impecável como a de Scorsese, contudo, merece elogios por ter experimentado e expandido o seu conhecimento perante a linguagem cinematográfica. 

Felizmente, após alguns anos, ele está de volta e terminou recentemente as filmagens de “Megalopolis”, que estreará em 2024 e tem no elenco Adam Driver. 

Polêmico e genial. A sétima arte não seria a mesma sem o talento de Francis Ford Coppola.

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