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Quando falamos sobre Stanley Kubrick, os primeiros filmes que vem à cabeça são: “Laranja Mecânica”, “2001” e “O Iluminado”. É raro ouvir alguém falar sobre “Barry Lyndon”, na minha opinião, o ponto mais alto de sua carreira como diretor.

Kubrick tinha uma capacidade rara de transportar o espectador para uma determinada época ou local. Os personagens em “Barry Lyndon” pouco falam, não estamos acostumados com esse tipo de reação ao tratar de assuntos delicados. O século XVIII é um passado distante e, rapidamente, nos vemos em estado de perplexidade com a riqueza de detalhes disponível em tela. Kubrick respeita o tempo. Cada movimento é fundamental, assim como os gestos e olhares. As pessoas brigam, cobram dívidas e se enfurecem sem nunca perderem a elegância. Os duelos são verdadeiros acordos entre cavalheiros que respeitam as tradições. Se o filme durasse menos, não teríamos a mesma clareza e entendimento dos fatos. Olharíamos e nos depararíamos com um belo anacronismo. O gosto por um filme passa por respeito e compreensão. Se no início víamos no protagonista um jovem imaturo, no fim, nossa percepção é outra e isso se deve a captação de sutilezas que geralmente passam despercebidas.

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