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Todos os grandes cineastas, em maior ou menor grau, são autores que criam universos particulares, moldados às suas experiências pessoais e preferências narrativas/estéticas.

Aki Kaurismäki está no topo dessa pirâmide.

Em seus filmes, o absurdo e o real caminham juntos.

“O momento que sintetiza o toque característico de Kaurismäki é aquele no qual o protagonista vai a um pub e encontra o assassino de aluguel, que pergunta: “de quem você quer se livrar?” e Henri entrega uma foto sua.”

Esse fragmento, da minha crítica de “I Hired A Contract Killer”, é o melhor exemplo de que certas situações só funcionam no tragicômico mundo de Kaurismäki. A solidão, inerente aos seus personagens, é palpável, todavia, se mistura com um humor que combina perfeitamente com as gélidas paisagens finlandesas.

Kaurismäki está sempre atento a questões sociais; a exploração do operário e a condição de objeto descartável que este atinge em um sistema opressivo. Sua visão acerca do amor e da felicidade, presente em praticamente todas as suas obras, é muito peculiar. “Take Care Of Your Scarf, Tatjana”, de 1994, talvez seja o seu trabalho que melhor encapsule suas qualidades – recomendo uma sessão dupla com “Leningrad Cowboys Go America”.

A fobia social, a solidão, o medo e a vontade de ser amado nunca foram retratados com tanta honestidade.

Os ambientes são personagens à parte para Aki Kaurismäki, um gênio incomparável.

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