Skip to main content

“The Whale”, o novo filme de Darren Aronofsky, é um retrato complexo sobre um personagem que vive a sua autodestruição diária. Em nenhum momento saímos da casa do protagonista, um ambiente caótico, sujo e escuro – belos trabalhos de direção de arte e fotografia -, logo, é óbvio que observamos toda a degradação de Charlie, que, como o título indica, parece uma baleia. Ele come baldes de frango frito, sanduíches de tamanhos impressionantes, doces no café da manhã e janta pizza todos os dias.

O processo é agressivo e triste. Percebam que não utilizei a palavra nojento, pois, ainda que mantenha uma aparência deformada, Charlie é um ser humano sensível, amoroso e ciente de suas ações. Não é apenas fome que o protagonista sente, sua dor é do tamanho de seu corpo, causada pela morte de seu namorado e pela omissão na criação de sua filha. Talvez ele nem se lembre de quando começou a comer, porém sabe exatamente porque continua no processo compulsivo. Sua recusa em ir para o hospital não decorre de falta de dinheiro, mas da vergonha que sente de si e do plano de dar tudo que tem para sua filha.

O que você achou deste conteúdo?

Média da classificação / 5. Número de votos:

Nenhum voto até agora. Seja o primeiro a avaliar!