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Aristocrata e homossexual, Luchino Visconti é um dos diretores mais cultos e perfeccionistas da história do cinema. Não conhecia a sua filmografia e fiquei encantado com tudo que assisti.

Mestre em criar melodramas operísticos, Visconti impressionava pela elegância, tanto na mise en scéne, quanto na concepção de universos suntuosos.

Quando utilizo a palavra operístico, quero dizer que suas obras eram grandiosas e trágicas em todos os sentidos, desde os cenários até a trama e as interpretações.

Ainda assim, seus atores conseguiam mesclar perfeitamente entre algo expressivo e sutil.

Visconti quase sempre utilizava uma Itália decadente como pano de fundo e abordava questões políticas, no entanto, seu grande interesse era em compreender a natureza humana.

O que exatamente Gustav von Aschenbach sentia por Tadzio, em “Morte em Veneza”?

O que motivava as atitudes de Rocco, em “Rocco e Seus Irmãos”?

O que realmente afligia Don Fabrizio Salina, em “O Leopardo”?

É raro adentrar a filmografia de um diretor e ter, de imediato, a absoluta certeza de que ele é um gênio e foi exatamente isso que aconteceu comigo.

Visconti recebeu vários prêmios na Europa, incluindo a Palma de Ouro e o Leão de Prata, entretanto, obviamente, a Academia nunca demonstrou muito interesse em seu estilo, tendo lhe indicado apenas uma vez, em 1970, pelo roteiro do filme “Os Deuses Malditos”.

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