A Nouvelle Vague foi, provavelmente, o maior movimento artístico da história, tendo como os seus principais expoentes, além de Godard: François Truffaut, Louis Malle, Claude Chabrol, Eric Rohmer, Àgnes Varda, Jean-Pierre Melville e Jacques Rivette.
Todos são gênios que, com certeza, em algum momento serão homenageados no Set Por Sete.
Godard não foi o melhor cineasta da Nouvelle Vague, mas, inquestionavelmente, o mais importante e influente. Podemos considerar o cinema antes e depois de Godard. O diretor, já no seu filme de estreia, “Acossado”, rompeu com praticamente todas as convenções da sétima arte no seu filme de estreia, “Acossado”.
Se o cinema norte americano clássico prezava por longos planos e cortes invisíveis, Godard resolveu picotar o filme em pedaços, realizando jump cuts que chamaram a atenção do mundo inteiro.
Poucos diretores tinham tanto domínio da linguagem cinematográfica quanto Godard. Ele poderia, em um mesmo filme, virar todas as regras do avesso e homenagear o cinema norte americano, do qual era assumidamente um grande fã.
Viveu o seu auge entre 1960 e 1966, quando realizou obras como “Acossado”, “O Desprezo”, “Vivre Sa Vie”, “Uma Mulher é uma Mulher” e “Masculino-Feminino”, surgindo como um cineasta cerebral e com um forte apuro estético.
Seus filmes, sopros de frescor e novidade, tinham como maior foco as relações humanas.
Se tivesse seguido nessa linha no decorrer de sua carreira, estaria facilmente entre os cinco melhores diretores de todos os tempos.
No entanto, decidiu trilhar por um viés cada vez mais político e restrito. Admiro quando um artista faz algo pessoal, fugindo de qualquer aspecto comercial, contudo, na parte final de sua carreira, Godard fez filmes que interessavam somente a ele.
De todo o modo, Jean-Luc Godard continua sendo o diretor mais icônico da história do cinema francês. Um gênio que influenciou destacados cineastas, como Martin Scorsese, Quentin Tarantino e Wes Anderson.
Recentemente falecido, merece todo o reconhecimento e as mais efusivas homenagens.
