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Com “apenas” dez filmes na carreira, David Lynch se tornou um dos maiores e mais influentes diretores de todos os tempos. 

Ele é o tipo de artista que deixa o espectador atônito, se achando menos inteligente do que pensa ser. Sua obras, em grande maioria, são desafiadoras, mas todas tem uma lógica interna e sempre se provam grandes estudos de personagem, envolvendo críticas sutis (ou não) à indústria cinematográfica. Lynch utiliza símbolos, elementos específicos, gosta de abordar o universo onírico e isso realmente pode confundir o público. 

Seus filmes são obviamente narrativos, mas não há dúvidas de que Lynch experimenta bastante, não à toa, seu último projeto, “Inland Empire”, foi rodado com uma câmera digital. No entanto, diferente do que a maioria possa pensar, Lynch nunca entrou em um estúdio sem saber o que estava fazendo. Seus experimentos são pensados, milimetricamente calculados e é por esse motivo que obras como “Mulholland Drive”, “Lost Highway” e “Inland Empire” são tão espetaculares. 

Além dos já citados, destacaria “Blue Velvet”, provavelmente o filme mais importante de sua carreira, justamente por ter catapultado seu nome à um seleto grupo de artistas. 

Considero fascinante também o fato dele sair de sua costumeira zona de conforto – poderia citar “Wild At Heart” e também “Eraserhead” – para realizar algo muito mais simples e intimista e, ainda assim, igualmente maravilhoso, como é o caso de “The Straight Story”, um dos melhores filmes da década de noventa, que conta a história de um senhor que quer se reconciliar com seu irmão após décadas, porém não tem um carro, então atravessa os Estados Unidos dirigindo um cortador de grama. 

“The Elephant Man” foi outro êxito em sua carreira e conta com uma das grandes interpretações da história do cinema, do ator John Hurt. 

Lynch nunca esclareceu ou entregou a resolução de seus filmes, o que é ótimo, permitindo que cada espectador viva e interprete aquela experiência de uma forma pessoal. 

Laura Dern e Kyle MacLachlan são os seus principais colaboradores, ao lado do compositor Angelo Badalamenti. 

Não satisfeito com o seu trabalho no cinema, Lynch decidiu revolucionar as séries de TV, com “Twin Peaks”, considerados por muitos, até hoje, o melhor seriado já realizado. Inclusive, há quem diga que a terceira temporada é o seu magnum opus. 

Lynch venceu a Palma de Ouro por “Wild At Heart” e o prêmio de direção por “Mulholland Drive” e, supreendentemente, foi indicado quatro vezes ao Oscar, entretanto, por motivos óbvios, nunca foi premiado. Na verdade, sendo justo, ele foi agraciado pela Academia em 2020, pelo “conjunto da obra”. 

David Lynch é um cara simples – assistam seu curta sobre cozinhar quinoa e leiam o seu livro sobre meditação -, um pouco maluco, mas genial.

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