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“Sweet Charity” é, sem dúvida alguma, uma das estreias mais vibrantes da história do cinema. Bob Fosse toma conta de sua obra, deixando claro, desde o início, que, sim, há muita experimentação, mas nada impensado. As sequências impressionantes de dança já eram esperadas, o que chama a atenção é o seu farto domínio da linguagem cinematográfica. Fosse usa a câmera na mão, sabe exatamente quando deve optar por planos específicos, capazes de exprimir algo a mais e apresenta uma noção espacial impressionante – sua mise en scéne é digna de um veterano. Eu poderia ficar citando inúmeras cenas, porém acredito que a que se passa em um salão chiquérrimo é suficiente para compreender a magnitude do trabalho de Fosse.

A montagem o ajuda bastante. A câmera lenta salienta a importância de determinado momento, assim como as imagens sobrepostas de Charity. Os Freeze Frames são utilizados de forma recorrente, tendo conotações variadas dentro da trama. Algo que se repete é a colagem de fotos, criando uma espécie de álbum sobre a fase que a protagonista se encontra em sua vida. O tempo é muito bem distribuído, não há nada jogado fora e a montagem acelera as coisas na hora certa, sempre mantendo o espectador atento ao que acontece em tela. O timing cômico também é algo a ser enaltecido, cortes abruptos – eternizados em “All That Jazz” – e rápidos flashbacks fazem toda a diferença.

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