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Dono de uma extensa filmografia, Buster Keaton é um dos gênios mais subestimados da história. Talvez por ter sido ofuscado por Charlie Chaplin, talvez porque ninguém se interesse mais pelo cinema mudo.

A primeira opção denota uma certa falta de ponderação, afinal, o talento de um não apaga o do outro – na minha humilde opinião, Keaton era melhor -, a segunda, apenas me entristece. 

Eu indicaria os filmes de Keaton, por exemplo, para os fãs de Jackie Chan ou de Tom Cruise. A maioria assistiria? Acredito que não. Os que tivessem interesse me agradeceriam? Com certeza. 

Buster Keaton foi o grande “entretainer” da história do cinema. Ele não tinha dublês, nem cabos, muitos menos uma equipe de segurança. Suas estripulias eram reais e, caso não fosse um perfeccionista, teria morrido em cena. 

Pesquisem no YouTube: grandes gags de Buster Keaton e terão uma pequena ideia do que estou falando. Assim como Chaplin, ele criou uma persona: um pobre coitado desajeitado, fácil de identificar. Além de impressionar pela precisão dos movimentos, do timing cômico e das fascinantes gags, Keaton era expressivo como poucos, tanto com o corpo, quanto com o rosto. 

Suas obras não eram apenas engraçadas, ainda que valessem somente por esse aspecto. “Sherlock Jr.”, por exemplo, é, simultaneamente, uma bela homenagem ao cinema e um olhar pessimista para a realidade. 

Uma pena que em 1928, Keaton assinou um contrato com a MGM e, embora tenha realizado o fascinante “The Cameraman”, perdeu completamente a sua independência artística, o que o levou a um buraco sem saída. 

Vale ressaltar que Keaton não era apenas ator, era também um grande diretor, bem à frente de seu tempo por sinal. Sua capacidade de conduzir sequências de ação longuíssimas era impressionante. 

Como o mestre Roger Ebert enfatizou: “o maior dos palhaços mudos é Buster Keaton”.

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