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Acompanhar a filmografia de Wes Anderson em ordem cronológica é um grande exercício.

As marcas de seu trabalho são notáveis e se tornam mais evidentes a cada obra. Sua direção é extremamente inventiva e os movimentos de câmera não são nada óbvios, originalidade essa fundamental, principalmente, no funcionamento do humor e para a revelação de certos sentimentos dos seus personagens. A montagem também é essencial, não só por conversar diretamente com a enorme variação de planos, mas por inserir os mais diversos elementos, de forma ágil e refrescante.

A fotografia e a direção de arte talvez sejam os aspectos mais chamativos em seus filmes. Mesmo que o espectador não note, ele será involuntariamente atraído pelo universo colorido e convidativo de Wes Anderson.

Assim como outros mestres, ele gosta de trabalhar com um grupo de atores bastante específicos, desde os papéis menores até os protagonistas. Bill Murray, Owen Wilson, Jason Schwartzman e Edward Norton são os que chamam mais atenção, no entanto, Kumar Pallana e Dipak Pallana – pai e filho- também são figurinhas carimbadas em sua filmografia.

Tirando o seu último trabalho, afirmo com total convicção que Wes Anderson nunca fez nada “bom”. Todos os seus filmes são, no mínimo, excelentes. Além dos já citados, diria que o principal motivo pela qualidade de suas obras são os seus personagens, simultaneamente peculiares (ou mesmo estranhos) e sociáveis, quero dizer, ao mesmo tempo em que o espectador os observa e adentra um universo maravilhoso, não convencional, vai se identificando com os personagens e com os enredos construídos pelos roteiros de Anderson – que normalmente trabalha em parceria – sempre incrivelmente humanos e complexos.

O diretor também gosta de se aventurar e já realizou duas animações em Stop Motion, ambas maravilhosas.

Wes Anderson foi indicado seis vezes ao Oscar, mas nunca saiu vitorioso. Seus filmes não fazem muito o tipo da academia e, curiosamente, nem o dos festivais, já que ele foi premiado apenas em Berlim.

Nos anos noventa, Martin Scorsese disse que considerava Wes Anderson o seu grande sucessor e, selecionando, na sua valiosa opinião, os que seriam os melhores filmes daquela década, incluiu “Bottle Rocket” em sétimo.

Não é pouca coisa.

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