Sean Penn tem a fama de ser um ator extremamente difícil de lidar. Alguns o taxam de arrogante, grosseiro, … mas a verdade é que ele é, na minha opinião, o grande ator de sua geração, mesmo sendo contemporâneo de artistas como Edward Norton, Tom Cruise, Gary Oldman, Willem Dafoe, Denzel Washington, Phillip Seymour Hoffman e Tom Hanks.
Penn é tão bom quanto Marlon Brando, Robert De Niro e Jack Nicholson.
Não conheço outro ator com tamanha capacidade de potencializar projetos como Sean Penn. Se o filme tem por trás uma grande equipe, ele o elevará ao patamar de obra prima e se o diretor for medíocre, Penn consegue carregar a obra nas costas sem problema algum.
Penn tira de letra os mais diversos papéis, sendo este o seu grande diferencial. Ele se arrisca, sabe ser vulnerável e sensível. Essas duas facetas estão, por exemplo, em “Dead Man Walking”. É difícil acreditar que foi o mesmo ator que protagonizou “Sobre Meninos e Lobos” e “Poucas e Boas”. Não há nada, nenhum traço de similaridade entre essas performances, apenas a genialidade de Penn, que não mede esforços para incorporar os mais diversos personagens, tirando o melhor de cada um.
Eu conhecia os seus grandes papéis e foi um imenso prazer – talvez o maior que tive com o site até agora – adentrar suas obras menos conhecidas, que, de certa forma, moldaram a sua carreira.
“Caminhos Violentos”, “Um Tiro de Misericórdia” e “Juventude em Fúria” deveriam ser clássicos – todos elevados por perfomances irretocáveis de Penn.
Até mesmo o Oscar, que não costuma agraciar os melhores, se rendeu ao talento do ator e o premiou duas vezes.
O trabalho de Penn também foi reconhecido em Cannes, vencendo o tão disputado prêmio pelo filme “Loucos de Amor”, mais um que não tem o devido valor.
Eu adoraria dizer que sou um profundo conhecedor da carreira de Penn como diretor. Entretanto, mesmo ainda não sendo, posso afirmar que pelo menos três de seus filmes são considerados maravilhosos (“Indian Runner”, “The Pledge” e “Into The Wild”).
É provável que as pessoas não percebam, mas estão diante de um dos maiores atores/artistas de todos os tempos.
