“Ruby Sparks” é um filme feito sob medida para pessoas que idealizam demais e têm dificuldade em respeitar as individualidades alheias. É sobre um jovem tão talentoso e solitário, que é capaz de escrever sobre a garota de seus sonhos e materializá-la. O que era perfeito se transforma em pesadelo quando a idealização ganha contornos demasiadamente reais.
Calvin Weir-Fields é tido como um gênio, o novo J.D. Sallinger e sabe que seus casos amorosos ocorreram em decorrência desse posto e não por um interesse genuíno em sua pessoa. O protagonista é sensível e delicado a ponto de admitir para o irmão que seu último sonho era lindo e envolvia apenas uma garota com quem ele conversava. Harry enxerga na falta de sexo um motivo para preocupação; Calvin quer apenas alguém que o encante, que lhe diga coisas interessantes e que o apoie. A pressão de seu agente e do mundo literário e uma tarefa de seu psiquiatra o levam a Ruby, uma jovem que habita os seus sonhos e o tira do mórbido bloqueio criativo. O romantismo de Calvin fica nítido na forma como ele a caracteriza, com detalhes íntimos e momentos que somente pessoas atentas aos pequenos prazeres da vida dariam ênfase.