Ao lado de Mike Nichols, Audrey Hepburn e outros poucos nomes, Mel Brooks faz parte do seleto grupo chamado EGOT (Emmy, Grammy, Oscar e Tony). Essa informação é suficiente para compreendermos a magnitude do talento de Brooks, provavelmente o diretor mais importante ligado à comédia da história do cinema. Se Woody Allen tivesse seguido na mesma linha de seus trabalhos iniciais, a disputa seria difícil para o nosso escolhido da semana.
Famoso por suas paródias, Brooks iniciou sua trajetória com duas obras primas que não lhe renderam grandes lucros. Ele ganhou o Oscar de melhor roteiro original por “The Producers” e “The Twelve Chairs” foi elogiadíssimo pela crítica. A fim de dar uma guinada financeira na carreira, Brooks apostou suas fichas numa sátira sobre o velho oeste e virou o queridinho do mundo após “Blazing Saddles”. Ele encontrou sua mina de ouro e, a partir de 1976, só realizou paródias:
“Young Frankenstein”, “Silent Movie”, “Spaceballs”, “High Anxiety”, “Robin Hood: Men In Tights” e “History Of The World: Part 1”.
Seus maiores sucessos estão aí e denotam, sem dúvida alguma, um profundo conhecimento e amor pela história do cinema. No entanto, já que citei Woody Allen, diferentemente de seu colega do Brooklyn, que amadureceu ao longo dos anos, Brooks entrou numa zona de conforto e nunca saiu dela. A maioria dos filmes citados são excelentes, mas a fórmula se tornou inegavelmente repetitiva. Não à toa, na minha opinião, seu ápice como cineasta foi exatamente o início de sua carreira. Aquele Mel Brooks é inimitável, engraçadíssimo e imprevisível.
Essa, é, claro, apenas a minha opinião. Há quem considere que o seu trabalho melhorou com o tempo, o que é plenamente aceitável.
A verdade é que nada do que eu diga a respeito desse gênio afetará o seu legado. Grande roteirista, um compositor surpreendentemente fantástico e um diretor subestimado.
Se você estiver atrás de boas risadas, dê uma olhada em sua filmografia, principalmente nos três filmes com crítica no site.
