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Existem filmes tristes e filmes devastadores. “Vivre Sa Vie” está na segunda categoria, graças a genialidade de Jean-Luc Godard e a atuação memorável de sua mulher, Anna Karina.

Estruturado em capítulos – doze no total -, “Vivre Sa Vie” prova que uma obra complexa não é necessariamente difícil. Godard encontra a essência paradoxal da vida de uma maneira muito bela e melancólica. A protagonista começa de lado, nas sombras e a trilha anuncia o tom trágico de sua trajetória.

Nana é uma mulher invisível, repleta de sonhos e desejos, mas completamente ignorada pelo, até então, marido. “Eu achava que era importante falar com você, mas não acho mais”. As palavras se esvaziam de sentido e tudo que conseguimos perceber é o ar de superioridade do homem e a solidão da protagonista. Essa sequência é um grande exemplo da simplicidade de Godard, que filma o casal de costas, sem deixar, nem por um segundo, que o espectador veja o rosto deles, expondo a total desconexão e o vazio daquela conversa.

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