Jane Hudson está bastante animada. Ela juntou dinheiro e finalmente conseguiu visitar Veneza, a cidade de seus sonhos. A pensão em que fica conversa bastante com o seu jeito de ser: elegante e fria.
Não que a protagonista seja má educada, muito pelo contrário, sua atenção perante todos que atravessam o seu caminho é notável e sua feição denota um profundo encantamento pela cidade, que assim como Jane, é uma completa contradição, tomada, ao mesmo tempo, por becos e praças convidativas.
Ela é solitária, romântica e idealizadora, porém perdida e com medo de se arriscar. Suas esperanças nos Estados Unidos talvez tenham se esgotado e, quem sabe, em um novo país, com a ajuda de um empurrãozinho, seu maior desejo possa se concretizar. A sensação que temos no início é a de que Jane se comporta adequadamente, faz poses, mas é infeliz, não à toa, tira fotos de casais e pessoas alegres, provavelmente para guardar uma imagem capaz de fazê-la sorrir. Em um café, um homem a observa e claramente se interessa pela protagonista, que expõe a sua principal faceta: ela é romântica, entretanto, sua insegurança e receio são tantos, que prefere se manter numa posição estática, espantando qualquer interessado, alimentando a possibilidade de “algo a mais” somente em sua imaginação.