Clichês costumam ser vistos como defeitos de roteiro. Muitas vezes, isso é verdade, no entanto, quando os realizadores são hábeis o suficiente para trabalhar com tramas manjadas, o espectador pode se deparar com algo belo, revigorante e otimista.
Esse é o caso de “Pretty In Pink”. Todos os elementos são facilmente identificáveis. A garota que mora do lado errado dos trilhos e o garoto rico se apaixonam, mas a pressão de seus amigos os colocará contra a parede, até que o final chega e tudo se acerta. Qual a graça em um filme tão previsível? Existem várias formas de responder a essa pergunta. A mais óbvia é a qualidade do roteiro. Blane quer conversar com Andie, não importa sobre o que, quer apenas estar perto dela e esse nervosismo é exposto através de diálogos delicados e sutis. Computadores e música não são lá de grande interesse, todavia, acabam sendo pontes para uma ligação mais profunda. Poucos filmes respeitam o silêncio. Entre risos e formulações de perguntas, os jovens demonstram um nervosismo palpável. São esses momentos que fortalecem a trama e fazem dos personagens figuras relacionáveis.