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A sinopse de “Melvin and Howard” pode enganar alguns espectadores. A sequência inicial, na qual o protagonista dá carona ao magnata Howard Hughes, é bela pelo o que ela representa, não pelo dinheiro que eventualmente surgirá no desfecho. Melvin é um sujeito comum, que dirige um carro comum, um trabalhador árduo que acredita estar resgatando um mendigo indefeso. Quando o caroneiro fragilizado diz ser quem verdadeiramente é, Melvin apenas ri e segue o diálogo como se aquilo não tivesse passado de um devaneio. Não há nenhum tipo de interesse por parte do protagonista e é exatamente isso o que comove Hughes, um senhor, simultaneamente, poderoso e melancólico. Melvin quer cantar uma música, mas o magnata é enfático ao dizer que não conhece nenhuma. Não é verdade e quanto mais os dois conversam, mais Hughes se encanta com a pureza do protagonista, que o via como um ser humano qualquer, não como um bilionário intocável. Nesse sentido, o dueto é simbólico, ressaltando a leveza do momento. Por algumas horas, homens de classes sociais opostas trocavam de posição, se tratavam com respeito, desprendimento e igualdade.

O contraste entre o ânimo de Melvin e o mal humor de Hughes dão a cena um toque cômico especial e o tempo subverte a personalidade do magnata, provando que o grande herói da história é o protagonista.

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