Os intérpretes da antiga Hollywood eram verdadeiros astros, mestres que dominavam seus filmes com extrema naturalidade. Desde então, uma legião de atores magníficos surgiu, cada um com o seu seu mérito e talento específico.
John Cusack é um dos poucos que me remete aos “velhos tempos”, não por ser charmoso, mas por cativar o espectador sem muito esforço.
Entre as décadas de oitenta e dois mil, Cusack participou de obras fascinantes: “The Sure Thing”, “Conta Comigo”, “Say Anything…”, “The Grifters”, “Tiros Na Broadway”, “Matador Em Conflito”, “Além Da Linha Vermelha”, “Being John Malkovich”, “Alta Fidelidade” e “Identidade”.
Cusack protagonizou e dominou vários desses filmes, muitas vezes elevando o material base.
Sempre interpretando figuras relacionáveis e críveis, Cusack despontou como um excelente ator para comédias românticas. Versátil, ele se desvinculou de rótulos, sofisticou sua veia cômica e deu vida a sujeitos frios e calculistas.
Infelizmente, Cusack passa por uma má fase. Além de ter atuado em péssimas produções, quando teve a oportunidade de trabalhar ao lado de cineastas importantes, como David Cronenberg e Spike Lee, não se saiu bem.
Suas performances em “Maps To The Stars” e “Chi-Raq” são igualmente intragáveis. Para não ser injusto, em 2014, Cusack dividiu espaço com Paul Dano no incrível “Love & Mercy”. Sua caracterização do fragilizado e genial Brian Wilson, líder dos “Beach Boys”, é impecável e foge de tudo que ele havia feito anteriormente.
John Cusack talvez tenha se perdido um pouco, mas sua carreira está aí, repleta de clássicos e interpretações marcantes.