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Jane Campion é uma das diretoras mais talentosas e bem sucedidas da história do cinema. Eu não gosto muito de usar premiações como termômetro, no entanto, não posso deixar de relembrar que ela foi apenas a segunda mulher a vencer na categoria de melhor direção no Oscar, em 2022, pelo filme “The Power Of The Dog” e já havia conquistado o de roteiro original na edição de 1994, por “The Piano”, obra que também lhe rendeu a Palma de Ouro.

Campion, assim como a maioria dos nomes abordados no site, ficou marcada por alguns trabalhos, no caso, os dois citados acima.

Por esquecimento ou desconhecimento, as pessoas tendem a menosprezar sua filmografia.

A minha intenção é justamente reforçar a ideia de que seu brilhantismo vai muito além de “The Piano” e “The Power Of The Dog”.

Seu primeiro longa metragem, “Sweetie”, é a prova concreta de que Campion sempre foi uma artista autoral, com uma visão e um estilo únicos. Sua filmografia é curta, ela realmente demora a lançar novos projetos, o que denota um certo cuidado, afinal, até agora, nunca falhou.

Em 2003, Campion realizou aquela que talvez seja a sua obra mais polêmica, In The Cut.

Na minha opinião, um dos filmes mais subvalorizados da década de 2000. Um thriller erótico complexo em sua arquitetura, com uma narrativa ambiciosa, dominado por uma excelente interpretação de Meg Ryan – saindo totalmente de sua zona de conforto -, que culminou, infelizmente, no declínio de sua carreira.

Não sou o maior fã de biografias e é curioso constatar que os meus dois filmes favoritos de Campion foram baseados em personalidades importantes.

“An Angel At My Table” é um estudo, simultaneamente, denso, conciso, cuidadoso, melancólico e belo sobre Janet Frame, uma famosa escritora neozelandesa – país de origem da diretora – que passou oito anos num manicômio, diagnosticada equivocadamente com esquizofrenia.

“Bright Star” faz jus ao biografado, o poeta romântico John Keats. Diferentemente de “An Angel At My Table”, Campion não estava interessada em contar a história de Keats, nem de Fanny Brawne – sua grande paixão. Seu filme é uma especie de homenagem aos poemas do protagonista e ao romance entre os dois, repleto de quadros e sequências estonteantes. Uma rara “história de amor” que compreende o significado desse termo.

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