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Há um certo receio por parte da maioria dos cinéfilos e dos críticos em afirmar quem é o maior ator de todos os tempos?

No entanto, tenho absoluta convicção de que qualquer pessoa em “sã consciência” colocará Jack Nicholson entre os cinco principais, um dos raros artistas cujo trabalho fabuloso foi valorizado pela Academia, que o premiou três vezes.

O Oscar tem uma enorme dificuldade em reconhecer talentos no momento correto e o mesmo vale para Nicholson, cujas interpretações nas décadas de oitenta e noventa, apesar de excelentes, não chegam aos pés das do seu auge, no início da “Nova Hollywood”.

“Carnal Knowledge” e “Five Easy Pieces”, por exemplo, são filmes que moldaram o seu estilo de atuação. Poucos atores conseguem ser tão mal humorados, sarcásticos, explosivos, complexos e sensíveis quanto Nicholson. Qualquer pessoa pode evoluir em sua respectiva profissão com esforço e dedicação, contudo, existe um seleto grupo de gênios que nasceram com um dom muito especial e Nicholson pode se considerar “abençoado”.

“O Iluminado”, “Chinatown”, “Um Estranho No Ninho” e “Easy Rider”, além dos dois citados acima, poderiam ser os únicos filmes da carreira de Nicholson e, ainda assim, não hesitaria em categoriza-lo como gênio.

O sarcasmo é uma sutileza que poucos atores controlam com maestria. A maioria não tem classe suficiente para transformá-lo em um artifício que engrandece a composição do personagem. Eu diria que Bill Murray é o único que chega perto de Nicholson nesse aspecto.

Sua antiga parceira, Anjelica Huston, além de afirmar que ele era “bem dotado”, o caracteriza como mulherengo e difícil. Ou seja, Nicholson, assim como John Cassavetes, interpretava alter egos (ou não).

“O Poderoso Chefão” é uma das principais obras primas da história do cinema e conta com uma coleção de grandes interpretações. Talvez a mais marcante seja a de Al Pacino, graças ao arco extenso de Michael Corleone. Sua caracterização é perfeita e, sinceramente eu não mudaria nada, entretanto, houve uma possibilidade real de Nicholson interpretar Michael, o que seria igualmente fantástico. O ator acabou recusando o convite para focar em “The Last Detail”, de Hal Ashby e “Chinatown”, de Roman Polanski.

Aposentado há doze anos, Nicholson pode se orgulhar por ter uma carreira de pouquíssimos equívocos.

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