Nascidos na Bélgica, os irmãos Dardenne são diretores raros, que fazem de seus filmes experiências ultra-realistas e humanas. Eles não usam artifícios comuns, como trilha sonora e cores fortes. Seus universos são habitados por seres silenciosos, que precisam lidar com obrigações e sentimentos complexos. A câmera dos Dardenne flutua em função dos protagonistas e os acompanha até o último segundo. Os personagens podem até cometer atos bastante questionáveis, no entanto, os diretores tomam sempre o cuidado de nunca julga-los, deixando essa faculdade para o espectador. Dessa forma, suas obras se tornam experiências instigantes e densas, que buscam entender a natureza humana através de olhares, gestos e movimentos.
Os Dardenne costumam utilizar os mesmos atores em seus filmes, sendo os mais recorrentes: Jérémie Renier e Olivier Gourmet.
O seu estilo não é exatamente o que a Academia costuma premiar; em contrapartida, em Cannes, os dois são tratados como reis, tendo levado duas Palmas de Ouro, além de outros prêmios do Júri.
A arte do irmãos Dardenne é uma grande porta de entrada para outros cineastas originais que também não tem tanta visibilidade.