Skip to main content

O início de “Heaven” não dita o ritmo do filme. A primeira sequência é uma aula de como criar um clima enervante. A protagonista mexe na bolsa, coloca os óculos escuros e parte em direção a um prédio com uma bomba na bolsa. Ela a coloca delicadamente na lata de lixo da sala do homem que deseja matar, no entanto, a trilha sonora e a montagem indicam que algo errado acontecerá. A tensão chega ao seu clímax com uma injusta e triste explosão, que resulta na já esperada prisão de Philippa, que fica inconsolável ao descobrir que, em vez de assassinar o traficante responsável por viciar seus alunos e pela overdose de seu marido, tirou a vida de duas crianças, do pai delas e de uma faxineira. A dor é palpável e insuportável. Os policiais que a interrogam não ligam para os seus sentimentos e querem saber apenas para quem ela trabalha, diferentemente do jovem policial encarregado de traduzir o interrogatório (o filme se passa na Itália). Filippo se coloca no lugar da protagonista e se encanta por sua beleza melancólica. “Estou apaixonado”, diz ele para o pai.

Não se enganem, esse não é um romance no qual o amor improvável prevalece, derrubando barreiras em tese intransponíveis. “Heaven” é uma obra triste e silenciosa, que encanta o espectador por seus caprichos, pela sutileza nas atuações e humanidade do roteiro.

O que você achou deste conteúdo?

Média da classificação / 5. Número de votos:

Nenhum voto até agora. Seja o primeiro a avaliar!