“The Phantom Menace” é, apesar de todos os defeitos, um filme extremamente simpático e divertido.
O roteiro tenta soar importante com uma trama política desinteressante e deixa personagens fundamentais de lado.
Os efeitos visuais são maravilhosos, principalmente na batalha final, que apesar de ter sido criada inteiramente em um computador, parece real.
No entanto, há de se criticar o CGI, responsável pelo intragável Jar Jar Binks, a quem se dedica uma relevância inexplicável. A única conclusão possível é que os efeitos visuais estavam na moda na década de noventa e os produtores estavam a fim de experimentar a técnica ao máximo.
Tirando esses pequenos detalhes, “The Phantom Menace” é um belo exemplar da saga Star Wars.
O design de produção é sensacional. Esse tipo de filme necessita de um ambiente específico para funcionar. O espectador precisa acreditar no que está vendo e, nesse sentido, ele é recompensado.
Cada cidade tem personalidade e vida própria.
Naboo impressiona pelo luxo e pela elegância. Os figurinos ajudam a entender quem são aquelas pessoas e em que posição elas estão. O palácio é imponente e o interior dele remete a um forte classicismo.
Os tons de vermelho nas paredes expõem a ganância e a corrupção. Em determinados momentos, George Lucas coloca o Senador Palpitine em contato com as cores, indicando quem é o grande vilão da história.
Já Tatooine, chama atenção pelas moradias decadentes e pela aridez. A fotografia amarelada ressalta a miséria da cidade e as roupas são meros farrapos.
Mudamos de ambiente e percebemos as diferenças, porque o nível de detalhamento é grande.
George Lucas está em casa. Star Wars é o seu bebê e ele parece ter se divertido bastante. As tomadas aéreas são espetaculares, pois valorizam a magnitude daquele universo, além, claro, de serem belíssimas.
O diretor também se sai muito bem nas sequências de ação. Lucas não dificulta a vida do espectador. Utiliza planos abertos e médios para manter a lógica cênica e planos fechados quando um personagem demonstra uma emoção primordial.
A montagem é eficaz, contudo, no momento mais importante do filme, ela peca. A batalha entre as naves é visualmente impactante e a luta de sabres é hipnotizante. Mesmo assim, somos obrigados a dispensar nossas atenções a um terceiro núcleo, movido por Jar Jar Binks e seus semelhantes. Além de enfadonha, essa parte não acrescenta nada à trama.
A trilha sonora é fenomenal. John Williams é uma lenda e assim como George Lucas, está em casa. As variedades de temas são impressionantes. Entre todos, o da batalha final é o que me deixa mais arrepiado. É difícil ser mais épico do que aquilo.
O roteiro não dá espaço para grandes atuações, mas algumas obtém um destaque maior.
Liam Neeson faz de Qui-Gon a personificação do Jedi – um homem sábio, paciente, intuitivo e generoso. Sua voz monotônica é o elemento principal em sua caracterização.
Natalie Portman não apresenta grandes qualidades, porém é doce e meiga, tornando Padmé uma personagem adorável.
Por outro lado, Jake Lloyd tem carisma de sobra para transformar Anakin Skywalker em um jovem cativante, aventureiro e corajoso.
Sua relação com Qui-Gon é interessante, ainda mais pensando no desfecho da trilogia.
O Jedi o trata como um filho e vê nele potencial para ser “o escolhido”.
Mesmo com pouco tempo de tela, Ewan McGregor nos convence como Obi-Wan Kenobi – um Padowan prestes a se tornar Jedi, que ainda lida com certas imaturidades e as ultrapassa a partir de experiências importantes.
Ian McDiarmid está ótimo como Palpatine. Sua retórica é convincente e seus olhares denotam uma falsa cordialidade. Sua presença também é fundamental para mostrar que os Sith ainda existem.
Darth Maul tinha potencial para ser um vilão memorável. Sua maquiagem dá arrepios e seu sabre duplo chama atenção, contudo, em nenhum momento o tememos o necessário para colocá-lo na galeria de grandes vilões. Isso é culpa do roteiro, que trata Darth Maul como um mero fantoche de Palpatine.
O filme ainda promove alguns eventos nostálgicos, como o encontro entre C-3PO e R2-D2 e a presença ilustre do Mestre Yoda.
Entre as cenas mais marcantes, destaco a tão aguardada luta final e a corrida vencida por Anakin. Ambas são capazes de deixar o espectador imóvel.
Sem dúvida alguma, “The Phantom Menace” me deixou com vontade de revisitar os outros dois da trilogia.
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