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Robert Mulligan (1925–2008) foi um dos grandes nomes da era clássica do cinema americano. Conhecido por sua direção sutil e profundamente humana, ele eternizou personagens, emocionou plateias e ajudou a moldar o que conhecemos como o cinema de atores. Seu nome está diretamente ligado a um dos filmes mais emblemáticos da história de Hollywood: O Sol é Para Todos (To Kill a Mockingbird), de 1962.

Início da vida: do Bronx à CBS

Nascido em 23 de agosto de 1925, no Bronx, em Nova York, Mulligan começou a vida com outros planos: chegou a estudar para ser padre e, depois, serviu à Marinha dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial. De volta à vida civil, trabalhou como balconista no The New York Times antes de se formar em jornalismo e rádio pela Fordham University, em 1948.

Foi na CBS que ele iniciou sua trajetória audiovisual, começando como assistente de produção até ser promovido a diretor de episódios da série de suspense “Suspense”.

Estreia no cinema e parceria com Alan Pakula

Seu primeiro longa-metragem foi Fear Strikes Out (1957), um drama psicológico baseado na vida do jogador de beisebol Jimmy Piersall, com Anthony Perkins no papel principal. O filme marcou o início de sua parceria com o produtor Alan J. Pakula, com quem colaboraria em títulos decisivos da década seguinte.

O sucesso com O Sol é Para Todos

Foi com O Sol é Para Todos (To Kill a Mockingbird, 1962) que Robert Mulligan entrou para a história do cinema. A adaptação do romance de Harper Lee foi indicada a vários prêmios, incluindo o Oscar de Melhor Diretor para Mulligan. O filme rendeu o Oscar de Melhor Ator para Gregory Peck, no papel do advogado Atticus Finch, e uma indicação para Mary Badham, no papel da jovem Scout.

A atuação contida e moralmente poderosa de Peck, somada à direção sensível de Mulligan, criou um dos personagens mais reverenciados do cinema.

Um diretor de atores — e de emoções

Conhecido por ser um “diretor de atores”, Mulligan tirava o melhor de cada intérprete. Ao longo da carreira, dirigiu cinco atuações indicadas ao Oscar, incluindo:

  • Gregory Peck e Mary Badham – O Sol é Para Todos
  • Natalie Wood – O Preço de um Prazer (Love with the Proper Stranger)
  • Ruth Gordon – À Procura do Destino (Inside Daisy Clover)
  • Ellen Burstyn – Tudo Bem no Ano que Vem (Same Time, Next Year)

Outros destaques da carreira

Durante as décadas de 1950 e 1960, Mulligan dirigiu adaptações literárias para a TV e o cinema. Entre os trabalhos mais conhecidos:

  • A Tale of Two Cities (1958) – de Charles Dickens
  • The Bridge of San Luis Rey (1958) – de Thornton Wilder
  • The Moon and Sixpence (1959) – de Somerset Maugham
  • Billy Budd (versão para o cinema com Don Murray)
  • The Stalking Moon (1969) – último filme com Pakula como produtor

Após o fim da parceria com Pakula, Robert Mulligan seguiu dirigindo até meados dos anos 1990, mantendo sempre um estilo narrativo delicado e centrado nos personagens.

Morte e legado

Robert Mulligan faleceu em 20 de dezembro de 2008, aos 83 anos, vítima de complicações cardíacas. Morreu em casa, em Connecticut, poucos dias antes do Natal.

Seu legado segue vivo em filmes que tocam pela empatia e pela humanidade — marcas registradas de um diretor que sempre colocou os personagens no centro da narrativa.

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