Eu poderia fazer um texto abordando a história da Pixar, sua criação, seu envolvimento com a Lucasfilm e as divergências com a Disney. No entanto, pretendo fazer algo mais pessoal, já que estas informações são facilmente encontradas na Wikipédia.
Juntamente com a sua grande rival, a Dreamworks, a Pixar revolucionou o cinema digital, com animações feitas inteiramente em computadores e fugindo das fábulas até então exploradas pela Disney.
Eu tinha muitas fitas, não só dos filmes, mas dos curtas – igualmente sensacionais. Minha memória afetiva em relação a Pixar é bastante viva e sempre me remete a momentos reconfortantes da infância, não à toa, neste instante estou olhando para um boneco do Woody.
A Pixar trouxe às animações um nível de detalhamento incrível e jamais visto. Cada curva, movimento labial e corporal dos personagens foi explorado. É como se o espectador tivesse acesso a um universo, simultaneamente, real e imaginário.
É interessante constatar que a Pixar não olha apenas para o público infantil. Sim, os universos convidativos, os momentos doces, as situações cômicas e as aventuras estão lá, entretanto, o que mais chama a atenção em suas obras são os subtextos – sutis e grandiosos.
“Toy Story” é uma história sobre seres em uma profunda crise existencial, “Monstros S.A.” sobre amizade e a dificuldade de aceitar diferenças e “Vida de Inseto” sobre a relação opressiva entre patrões e operários. Todo o filme da Pixar tem algo a dizer e essa é a razão do seu estrondoso sucesso.
Além de temas e universos convidativos, o estúdio tem uma capacidade impressionante de criar personagens icônicos e duplas inesquecíveis. Mike e Sulley, Woody e Buzz, Marlin e Dory, Carl e Russell, Sr e Srª Incrível, Remy e Linguini e assim por diante.
Considero que o auge do estúdio foi de 1995 a 2009 (“Toy Story” – “Up”). Admito que talvez esteja sendo rígido demais, contudo, digo com a mesma convicção que nenhuma de suas produções parecem produtos comerciais. A Pixar nunca precisou apelar e é mais do que justo que a palavra sucesso esteja atrelada ao estúdio, afinal, mesmo oscilando, ele nunca errou.