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“Todos precisamos de um parceiro”, diz um dos personagens. Considerando que nenhum deles têm um, podemos afirmar que “Fallen Angels” possui todos os elementos de uma obra de Kar-wai, temática e esteticamente.

Assim como em “Chungking Express” – ele inclusive faz pequenas homenagens ao filme -, “Fallen Angels” lida com uma série de personagens, no entanto, diferentemente do predecessor, neste, todos estão conectados na mesma história.

O assassino é preguiçoso, gosta de ter alguém que faça tudo para ele, incluindo a limpeza de sua casa, desenvolver planos e indicar o destino de suas vítimas. Os parceiros não devem manter uma ligação afetiva, afinal, é praticamente impossível controlar as próprias emoções.

“Sempre quis ir a um casamento, mas sei que não é para mim.” O assassino carrega em sua carteira a foto de uma mulher e de uma criança, pois sabe que sempre que encontrar um antigo conhecido, será indagado sobre suas conquistas e família. Sua parceira profissional enxerga nos momentos em que está limpando a casa dele e vasculhando o seu lixo os de maior intimidade possível com outro ser humano. São pessoas que limitam suas vidas a projeções, a uma existência solitária. Eles sabem exatamente o que querem, mas estão tão presos ao universo que idealizaram para si, que não conseguem se desprender de certas amarras e preencher os vazios que os atormentam.

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