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“Tess” é o filme mais distinto da filmografia de Roman Polanski. Um épico sensível, lindíssimo e melancólico.

A trama segue a trajetória errante e desoladora da protagonista, que se envolve com dois homens.

Seus pais descobrem, ocasionalmente, que são relacionados a uma antiga família nobre inglesa. Eles decidem, então, enviar Tess para fazer contato com seus últimos parentes vivos. Alec, o “primo” que a recebe, é sedutor e falsamente cordial. Acredita que seu nome, sua riqueza e o favor que está prestando aos seus pais são suficientes para conquistá-la. Ele a provoca, gera situações desconfortáveis e não aceita não como resposta. Em um dos momentos definitivos do filme, Alec a beija forçadamente, que responde o empurrando em cima de uma árvore. Sentindo-se culpada, Tess permite que o primo a estupre.

A protagonista é uma criatura adorável e doce, mas extremamente ingênua e insegura. Sua essência é sugada em um ambiente dominado por homens interesseiros e desonestos que a usam e a maltratam. Ela não acredita ser possível conciliar existência e alegria. Se martiriza por se defender, não se entrega aos romances e teme que seu grande amor não a aceite por algo que não teve culpa. Tess é uma vítima de uma época terrivelmente cruel e moralista. Ela se apegou à miséria? Não, simplesmente não consegue confiar em ninguém que cruza o seu caminho e, por mais que tente olhar para frente, parece andar em círculos.

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