Jacques Demy (5 de junho de 1931) foi um renomado cineasta francês, reconhecido por sua contribuição distinta ao movimento da Nouvelle Vague e por integrar elementos de musicais hollywoodianos em suas obras. Nascido em Pontchâteau, Loire-Atlantique, Demy demonstrou interesse pelas artes desde jovem, inicialmente explorando o teatro de marionetes e filmes de animação caseiros.
Após estudar na École Technique de Photographie et de Cinématographie em Paris, Jacques Demy trabalhou como assistente dos cineastas Paul Grimault e Georges Rouquier. Em 1955, dirigiu seu primeiro curta-metragem, “Le Sabotier du Val de Loire”, que recebeu menção honrosa no Festival de Berlim.
Sua estreia no cinema de longa-metragem ocorreu com “Lola” (1961), estrelado por Anouk Aimée, onde já se destacavam características que marcariam seu estilo: a importância da música, a influência de Hollywood e a ambientação na costa atlântica francesa.
Em 1964, Demy alcançou reconhecimento internacional com “Os Guarda-Chuvas do Amor” (Les Parapluies de Cherbourg), um musical totalmente cantado que recebeu a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Este filme revelou a atriz Catherine Deneuve ao mundo e é reconhecido por sua narrativa inovadora e estética vibrante.
Outro destaque em sua filmografia é “Duas Garotas Românticas” (Les Demoiselles de Rochefort, 1967), um musical que contou novamente com Deneuve e sua irmã Françoise Dorléac, além de Gene Kelly. O filme é lembrado até hoje por suas coreografias elaboradas e trilha sonora marcante.
Jacques Demy também adaptou contos de fadas para o cinema, como “Pele de Asno” (Peau d’Âne, 1970), uma versão extravagante do conto homônimo de Charles Perrault, novamente estrelada por Deneuve.
Em sua vida pessoal, Jacques Demy foi casado com a cineasta Agnès Varda, com quem teve um filho, o ator e diretor Mathieu Demy. Agnés Varda homenageou Demy em seus filmes “Jacquot de Nantes” (1991), que retrata a infância do cineasta, e “L’Univers de Jacques Demy” (1995).
Jacques Demy faleceu em 27 de outubro de 1990, aos 59 anos. Sua obra permanece influente, celebrada por sua capacidade de mesclar realismo poético com fantasia musical, criando um universo cinematográfico único que continua inspirando e encantando novas gerações de espectadores.