O artista é um observador muitas vezes solitário, que enfrenta crises e está sempre em busca de algo belo, algo perfeito. Essa pode ser uma forma de enxergar “Morte em Veneza”, um romance impossível, cujas duas horas funcionam como uma grande contemplação, um poema visual que mistura estilo, racionalidade e sentimento.
Gustav von Aschenbach é um músico alemão adoecido que está a caminho de Veneza. Ele acredita que o artista deve ser um exemplo para a sociedade, enquanto seu colega pensa que sua profissão exige um alto grau de ambiguidade. Um acorde pode ter várias interpretações, assim como um filme. Aschenbach sempre prezou pela moralidade e por atitudes corretas. Através de flashbacks, descobrimos que ele teve uma filha que faleceu e que se relacionou com uma mulher que não faz parte de seu presente. O protagonista chega em Veneza esbanjando melancolia e solidão. A câmera passeia pelo salão do hotel buscando rostos, até chegar a Tadzio, o jovem que move a trama e o coração do músico.