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Stanley Kubrick é o nome mais importante da história do cinema. Existem diretores que ficam marcados por um estilo próprio ou uma persona. Kubrick será eternamente lembrado pelo perfeccionismo. Ele se aventurou em praticamente todos os gêneros e os revolucionou por completo. O caso mais emblemático é o de “2001”, em que a ficção científica foi de um passa tempo ingênuo para um meio de se abordar questões evolutivas e filosóficas sobre o ser humano. Ser excelente não era suficiente, Kubrick poderia ficar anos dentro de uma sala de montagem que ainda assim encontraria defeitos. Cada take deveria apresentar um nível de perfeição inalcançável e os atores sabiam que poderiam repetí-los centenas de vezes. Até mesmo o uso de música mudou com Kubrick, deixando de ser um pano de fundo para se tornar um elemento capaz de dar conotações distintas para a mesma cena.

Ao longo de sua carreira, Kubrick colecionou algumas polêmicas, sendo a principal o banimento de “Laranja Mecânica”. O diretor foi acusado de vangloriar a violência e influenciar jovens delinquentes e sofreu tantas ameaças de morte, que decidiu retirar sua obra prima dos cinemas.

“Glória Feita de Sangue”, de 1956, foi proibido por anos na França, graças a forma que o diretor retratou os líderes do exército francês.

Ressalvando “Spartacus”, Kubrick não trabalhava por encomenda. Seus filmes demoravam para estrear e a distância entre um e outro só aumentou com o tempo. “Nascido Para Matar” e “De Olhos Bem Fechados” – suas duas últimas obras – foram lançados em um espaço de doze anos.

Entre as grandes lamentações de sua carreira, a mais evidente foi o cancelamento de “Napoleão”, que seria o seu maior projeto em termos de produção. Os arquivos deixados por Kubrick são impressionantes e deixam qualquer cinéfilo com um gosto amargo na boca. Ele inclusive já tinha escolhido uma dupla “pouco conhecida” para interpretar os protagonistas: Jack Nicholson e Audrey Hepburn.

Kubrick não era o sujeito mais fácil de lidar, nem de contactar. Ele não abria mão de um constante distanciamento, restringindo o seu espaço à sua família, à eventuais pessoas próximas e à sua consciência.

Cada filme seu conta um pouco da trajetória do cinema até os dias atuais. O cineasta que diz não ter sido influenciado por Kubrick está mentindo ou não deve ser levado a sério.

Diretores renomados, que, possivelmente, estão na mesma prateleira de Kubrick, o tratam como um ser superior, alguém que mudou suas vidas, o que muito representa.

Sua relação com a Academia talvez seja a mais melancólica da história. Kubrick foi categoricamente ignorado durante sua carreira inteira, tendo recebido apenas um Oscar pelos efeitos especiais de “2001”. Se as obras de Kubrick são inovadoras hoje em dia, imaginem nas décadas de sessenta, setenta, oitenta…

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